SUSSURRO NO ESCURO/MERGULHO NO RASO

Eu vaguei novamente
Para além das liberdades simplesmente mundanas
Recolhendo na época certa os erros de outrora
Nunca mais tornando o olhar àquelas cenas cíclicas
Suportando ainda a ferida diária, há tempos escancarada
Um pensamento furtivo esvaneceu-se inopinadamente

O lamúrio numa sala vazia
Dissipou tudo o que nela existia

Um sussurro do passado em pedaços o presente reduziria
Tão próximo do limite, tão distante do salto
O mergulho no raso faz afogar uma casa de mistérios
Pensamentos teus, que fogem à minha compreensão
Eles nadam para longe da rede cerebral moderna
Eles vão para explodir no ninho particular
Longíquos são meus olhares, antes observadores, hoje
                                            [escavadores incessanres
Eles vagueiam no escuro, dúvidas tremeluzentes
Eles vacilam no silêncio, certezas inauditas